terça-feira, 16 de abril de 2013

Abóbadas, abobadilhas e arcos

Olá;

São precisamente meia-noite e eu já deveria estar deitado, mas dei por mim a querer criar um blog. Pensei em qual o assunto sobre o qual gostaria de escrever, e ainda de enviar algumas fotos. Resolvi desta vez não falar de atletismo, como quase sempre, mas sim de construção civil, mais precisamente sobre abóbadas, abobadilhas e arcos. É verdade, já agora, quando eu andei na escola, no milénio e século passado, andei em Évora na Escola Secundária Gabriel Pereira, no curso de Construção Civil, do 10º ano ao 12º. Quando vim para Lisboa (após o meu falhanço como atleta no Benfica) fui para a Escola António Arroio, escola de desenho e artes e andei no curso de Equipamento e Decoração. Daí o meu gosto por desenho geométrico, onde me posso gabar de ter tido grandes notas, principalmente a Geometria Discritiva.
 
O meu pai António Manuel como eu, os meus 2 irmãos - Celestino e Paulo Jorge, o meu avô paterno João e quase todos os meus tios do lado da família do meu pai (Josué, João, Martinho, José e António Joaquim), toda esta gente foi ou ainda é Pedreiro. Eu após acabar o 12º ano , aos 19/20 anos e antes de vir para Lisboa, também andei nas "obras". É um trabalho duro, por vezes muito duro mesmo, mas mesmo assim eu gostei. Desde pequeno que via o meu pai nas obras e gostava sempre muito quando ía ao seu trabalho. Quando era pequenino queria logo era mecher na areia, como todas as crianças gostam. Quando lá andei, a dar serventia claro, fiz um pouco de tudo e tentei aprender o máximo, já que me poderia vir a fazer falta no futuro (não veio!). De todos os trabalhos o que achei mais interessante e mais artístico foi a realização das Abobadilhas. A casa dos meus pais tem várias, com desenhos e arcos diferentes. Lembro-me na altura de o meu pai estar a desenhar os arcos, antes de fazer uma abobadilha, e de eu dar os meus "bitacos" de como o arco se desenhava. E já que estamos a falar de arcos de Elipse, vejam este site: http://cmup.fc.up.pt/cmup/cv/conicas/elipses.html , é espectacular. Em resumo, sabendo-se a largura e a altura que se quer no arco, determinam-se os dois focos da elipse e a partir daí pelo método do jardineiro http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm43/elipses.htm , visitando este site, percebem do que estou a falar, é fácil desenhar o arco de elipse a partir do qual o mestre se vai regular, para cortar e assentar os tijolos, para que estes obedeçam á curva previamente estabelecida.



inicio de uma abobadilha de aresta há também quem lhes chame na mesma abóbada de aresta
Construção de uma abobadilha - fase inicial













Como podem ver nesta foto, os primeiros tijolos de cada fiada, são os dos cantos. Depois vão-se completando as fiadas do canto para o centro.
O corte dos tijolos é muito importante, principalmente, neste caso, os dois tijolos de cada fiada e de cada canto, pois são estes que determinam a curva da elipse com que esta bobadilha foi feita.
 
30/06/2007 António Pereira (934858430)

1 comentário:

António Maneta Pereira 934858430 (ammpereira@gmail.com) disse...

Prometo acrescentar mais imformação e fotos sobre o assunto, num dia que eu esteja inspirado
ammpereira